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E6.4 - O Dom de Administração

O Dom de Administração

SEÇÃO  E6

PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA

Ralph Mahoney

Capítulo 4

 

O Dom de Administração

 

Introdução

No capitulo anterior discutimos a necessidade de tomar o passo crucial movendo da visão para a ação. Falamos sobre a necessidade de alvos, e de colocá-los em ordem de prioridade a fim de dirigir e focalizar corretamente a obra e a ação. Definimos os alvos como tangíveis, comunicáveis, atingíveis, mensuráveis e definidos, especificando os atos que levarão à tradução de nossa visão em programas que funcionam.

 

Agora é necessário que nos perguntemos, “Quem é que vai juntar tudo isso?”

Quem vai oferecer uma avaliação prática da melhor forma de empregar nosso pessoal, dinheiro e tempo para realizar a tarefa?” Talvez você seja líder de um rebanho de igreja, uma comunidade ou organização. Mas será que você tem o tempo, a aptidão, o treinamento, a experiência e a perícia para planejar, coordenar e implementar todas essas coisas necessárias, sobre as quais estivemos discutindo?

 

A. ADMINISTRAÇÃO É IMPORTANTE

Há, entre líderes cristãos, a necessidade de buscar conselho sábio nas áreas nas quais eles mesmos têm falta de aptidão, treinamento ou experiência. Isso nos leva a desempenhar o papel dos administradores e da administração.

 

1.  Um Projeto Fracassado

Líderes espirituais, frequentemente se afastam de conselho prático, conhecimento e entendimento, à disposição dentro de suas próprias congregações. Talvez, sem querer, ergam um muro invisível ao seu redor. Como fazem isso? Com pronunciamentos “divinos”.

O Senhor me disse isto”, ou O Senhor me mostrou aquilo”, eles dizem.

Naturalmente, ninguém quer questionar o Senhor. Se alguém ousa levantar uma duvida quanto ao plano do “Chefão”, esse tipo de líder geralmente se torna um surdo a qualquer oposição.

No outono de 1935, um líder de uma denominação pentecostal recebeu o que ele disse ser uma revelação do Senhor. Nas belíssimas montanhas do sul da Califórnia, ele deveria erigir um grande tabernáculo onde  conduziria conferências e reuniões de acampamentos de verão da sua denominação.

Após comprar um pedaço de terra próximo ao Lago Grande Urso, ele contratou uma turma de construção para começar a edificar o tabernáculo.

O tabernáculo deveria ser bastante grande, de forma hexagonal, com telhado amplo e achatado.

Alguns membros da sua congregação possuidores de experiência em construção nas montanhas, o procuraram dizendo, “Senhor, cremos que está cometendo um erro fatal na maneira em que está construindo este edifício”.

“Cavalheiros”, ele replicou, “não questionem o meu plano, pois o Senhor foi quem o deu!”.

 

Mais tarde, um engenheiro municipal que estava passando de carro, viu esse homem dirigindo os construtores. Parou, aproximando-se do superintendente e tentou dizer-lhe que havia erros no desenho do prédio. A única resposta que recebeu por haver se preocupado, foi uma fria repulsa.

Isso foi antes da existência de códigos de construção, quando se era permitido construir qualquer tipo de prédio. Mas era também durante os anos da grande depressão econômica, quando dinheiro era raro e cada dólar era contado.

As pessoas que moraram em terra de muita neve, podem adivinhar o que havia de errado com o desenho do tabernáculo. Cai muita neve nos lugares mais elevados das montanhas, mesmo na “ensolarada Califórnia”!

Ali estava um grande tabernáculo, de cerca de duzentos s de altura, com caibros achatados e compridos, e sem sustentação. No nível de seis mil pés de altura, onde se encontrava, não é raro ter três ou quatro pés de neve pesada no inverno. O que você pensa que aconteceu?

O inverno chegou antes que realizassem uma única reunião naquele tabernáculo. Os ventos tempestuosos sopraram, neve caiu, o prédio desabou e grande foi a sua queda. O peso da neve no telhado largo e achatado, fez com que tudo desabasse estrondosamente, num monte imprestável sobre o chão.

Agora, eu previno líderes contra a preocupação com a atitude “divina no trabalho cristão. Sempre que os homens se isolam do conselho, sugestões e correções, eles eso se colocando (e em geral colocando outros) em posição difícil ou mesmo trágica.

 

2.  Catástrofes Financeiras

Como membro de diretoria de diversas organizações cristãs no oeste dos Estados Unidos, tenho assistido reuniões nas quais homens de empresa questionaram a falta de planejamento financeiro para certos projetos e propostas de alguns líderes eclesiásticos.

Frequentemente ouço pastores e líderes de igrejas impedirem estes homens de falar, usando chavões tais como, “Irmão, você não entende. Não operamos esta organização como uma empresa, operamos pela fé”.

Na semântica de círculos religiosos, “funcionamento pela fé” algumas vezes se traduz em pedir emprestado mais do que se pode pagar, com taxas de juros exorbitantes e termos de pagamento totalmente irreal is- tas. Chamam isso de “fé”.

O empresário, vendo que seu conselho o é bem-vindo, se retira da situação e deixa que os líderes da igreja persistam em sua loucura. Alguns anos mais tarde, e alguns anos além na estrada da vida, muitos desses projetos de acabam como catástrofes financeiras. o forçados à falência.

Muitos dos ministérios cristãos fracassaram porque um líder rejeitou o dom de administração de um irmão mais experiente.

Se você não é administrador, pelo amor de Deus, tenha a humildade de admiti-lo, e permita que aqueles que possuem dons nessa área, tragam ordem e efetividade para este aspecto do seu trabalho para o Senhor.

Sem o dom da administração, qualquer igreja ou ministério acabará em sérias dificuldades, ou com a comunidade ou dentro dela.

 

B. A ADMINISTRAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA

Na igreja primitiva, conforme descrito em Atos, encontramos uma sequencia interessante de eventos. Isto tem se mostrado útil para me ajudar a entender o desenvolvi- mento e progresso da organização.

 

Em Atos, capítulo 1, Deus escolheu certos homens.

Em Atos, capítulo 2, Ele deu àqueles homens um ministério.

Em Atos, capítulo 3, vemos uma grande multiplicação.

Em Atos, capítulo 4, vemos o nascimento de um grande movimento.

Em Atos, capítulo 5, surge uma murmuração.

Em Atos, capítulo 6, os apóstolos designam administradores.

 

O estágio da murmuração é o estágio crítico de um movimento. A liderança se depara com duas ou três opções neste ponto.

 

PRIMEIRO, eles podem silenciar os dissensores dizendo, “Se vocês fossem realmente espirituais, o estariam se queixando”.

SEGUNDO, poderiam dizer, “Não desafiem a liderança que Deus deu. Submissão! ou Separação!” A maioria de nós ouviu respostas como estas.

TERCEIRO, podem dizer “Irmãos, ouvimos que vocês têm um problema. Vamos examiná-lo para ver se encontramos a solução”.

 

1.  Resolvendo o Problema

A terceira abordagem foi aquela que a igreja primitiva adotou. Eles seguiram uma aproximação razoável ao responder a murmuração que surgira dentro do movimento. Eles não procuraram silenciar as queixas; resolveram o problema. Resolveram-no com o dom da administração.

Os apóstolos dirigiram o povo na escolha de sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para tomar conta do servir as mesas.

Frequentemente as pessoas têm a impressão de que estes sete homens foram designados para cuidar das mesas onde à comida era servida. Mas estas o eram necessariamente mesas de comida. Mais provavelmente eram mesas de dinheiro. A palavra grega aqui empregada é trapeza, que indica uma mesa usada para alimentos ou para negociações em dinheiro.

As viúvas gregas estavam sendo negligenciadas na ministração diária. É provável que elas o estivessem recebendo a sua parte certa em dinheiro. Havia nuances raciais no problema, uma situação perigosa que poderia colocar os gregos contra os judeus.

 

Os apóstolos, orientaram o problema complicado, problema racial, financeiro e social, pedindo que o povo escolhesse dentro do seu próprio meio, homens com dons de administração para supervisionar o dinheiro, a fim de que os apóstolos pudessem se dedicar à oração e à ministração da Palavra.

 

2.  Um Ciclo Contínuo

O dom de administração ou ministração, conforme aqui empregado, surge dos seis estágios pelo qual passa o reavivamento.

 

a.  Homens movidos por Deus foram dados um

b.  Ministério  do qual veio

c.  Multiplicação  de onde surgiu um

d.  Movimento de onde veio

e.  Murmuração, de onde teve que sair

f.  Administração.

 

Isso funciona num ciclo contínuo. Da administração correta surgem mais homens, para mais ministérios, para gerar mais multiplicação, que constrói um movimento maior, de onde surge outra vez mais murmuração.

Enquanto se lida e se resolve o estágio da murmuração, o movimento continua a se desenvolver e a crescer.

Mas se você alcança o estágio onde ad- ministração é necessária, e esta é negligenciada, surgem grandes problemas. o se pode bloquear ou se esquivar do estágio da murmuração. Se você negligencia ou tenta passar por cima, garanto que dentro de poucos meses seu trabalho entrará em colapso e caos. Qualquer que seja, caos fiscal ou organizacional.

 

C. A ADMINISTRAÇÃO É NECESSÁRIA PARA O CRESCIMENTO

Se você deseja crescer, terá que dirigir-se com responsabilidade fiscal e organizacional. Isso significa que você precisa de administração.

Oitenta e cinco por cento de todas as congregações de igrejas nos Estados Unidos têm menos de duzentas pessoas. Por que as congregações o conseguem crescer além do patamar de duzentos? Porque os homens na liderança não reconhecem a necessidade da administração.

 

Um homem o pode lidar efetivamente com mais de cento e setenta e cinco pessoas, portanto, poucas igrejas o além desse estágio. o estou dizendo que isso é errado e nem critico as pequenas congregações.

Eu iniciei cada igreja que pastoreei, e igrejas pioneiras contam com pequenas congregações. Os onze anos de trabalho pastoral pioneiro foram verdadeira bênção do Senhor, pois foi naquele tempo que pude ganhar a experiência que mais tarde me ajudaria em esferas mais amplas de responsabilidade.

 

A meu ver, um novo pastor deve ganhar habilidades de administração, ou ele será muito limitado em suas realizações. Quando você tem uma igreja e está apenas começando, o pode “convocar alguém da congregação dizendo, “Eu preciso focalizar a pregação e o aconselhamento, e assim quero que você enfrente e resolva quaisquer problemas que surgirem, desenvolvendo planos para o crescimento da igreja”. Não pode fazer isso, pelo menos não logo de início.

 

A não ser que um novo pastor saiba reconhecer e lidar com a “murmuração”, ele estacionará bem cedo no seu ministério, em termos de crescimento numérico. Se ele tenta fazer seu trabalho sem se preocupar com a administração, ele criará confusão fiscal ou organizacional. O trabalho dele poderá desmoronar porque os eventos tendem a evoluir além da capacidade do pastor de lidar com eles um de cada vez à medida que surgem.

Meu conselho para um pastor novo seria: aprenda princípios básicos de administração e comece a colocá-los em prática imediatamente.

 

 

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