SEÇAO C4
OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE
Pesquisa e Adaptação de Várias Fontes por Ralph Mahoney
ÍNDICE DESTA SEÇÃO
C4.1 - Os Sinais e Maravilhas Eram Temporários?
C4.2 - Os Sinais e Maravilhas na História da Igreja
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SEÇAO C4
OS SINAIS E MARAVILHAS HOJE
Pesquisa e Adaptação de Várias Fontes por Ralph Mahoney
Capítulo 1
Os Sinais e Maravilhas Eram Temporários?
Introdução
Desde o quarto século D.C., alguns teólogos e clérigos têm ensinado que a “CHARISMATA” (capacitações sobrenaturais do Espírito Santo, citadas como “dons espirituais” em 1 Coríntios 12:1) eram somente para a “Era Apostólica”.
Dentre os teólogos e historiadores encontramos uma variedade de pontos de vista sobre esta teoria.
Há pelo menos quatro ou cinco posições mantidas por cristãos contemporâneos sobre os sinais e maravilhas na história pós-bíblica.
A. TEORIAS DE CESSAÇÃO E OUTRAS OPINIÕES
1. Os Sinais e Maravilhas Cessaram no Final da Era Apostólica
Alguns proponentes desta teoria dizem que a “Era Apostólica” terminou ao redor do ano 100 D.C. com a morte do Apóstolo João, o último sobrevivente dos “...doze apóstolos do Cordeiro’’ (Ap 21:14).
Um teólogo da “Igreja Reformada” achava que os dons sobrenaturais “estavam confinados à era apostólica e a um círculo muito restrito daquela época.”
O propósito deles era o de estabelecer a autoridade dos apóstolos. Uma vez realizado isto, os dons carismáticos teriam sido extintos.
De acordo com esta posição, os sinais e maravilhas relatados após esta época foram ilegítimos ou não ocorreram por meios divinos.
Este é um argumento “circular”, onde se faz um julgamento teológico de que os sinais e maravilhas são impossíveis após o primeiro século, forçando a conclusão de que as evidências históricas são fraudulentas.
O grande ponto fraco desta posição é o seguinte: há uma total ausência por parte das Escrituras no sentido de apoiar a alegação de que os milagres divinos cessaram com a morte dos Doze Apóstolos do Cordeiro e de sua geração. Nenhuma passagem bíblica afirma nem subentende esta posição. (Para um exame de l Coríntios 13:10, veja abaixo.)
2. Os Sinais e Maravilhas Cessaram Porque Pertenciam Somente aos Primeiros Séculos da Igreja.
De acordo com esta teoria, eles não eram mais necessários para a validação do Evangelho. A Igreja, uma vez amplamente estabelecida e oficialmente sancionada, era suficiente para confirmar a autenticidade da mensagem cristã. A data da interrupção foi o tempo da conclusão do Cânon, em geral reconhecida como tendo sido no Concílio de Cartago em 397.
Este argumento aceita as documentações de sinais e maravilhas do segundo e terceiro séculos, determinando arbitrariamente a sua cessação precoce. Mas por que uma data de interrupção precoce?
Quando a Igreja foi amplamente estabelecida e oficialmente sancionada? Será que foi em 397 que o Cânon foi concluído? (Muitos historiadores eclesiásticos contestariam esta conclusão.) Onde as Escrituras ensinam isto? Este argumento fica sem nenhuma sustentação bíblica ou histórica.
3. Os Sinais e Maravilhas Desapareceram Gradativamente à Medida que os Líderes da Igreja Organizada se Opuseram a Eles.
Este argumento, que contradiz as teorias acima sobre o estabelecimento da igreja, tem algum mérito. Na verdade, à medida que a fé e os milagres diminuem no meio dos líderes eclesiásticos, os milagres também passam a ser menos freqüentes. Além disso, quando estes incomuns sinais e maravilhas acontecem, eles geralmente ameaçam os “Senhores e Governadores” da hierarquia do “status quo” da Igreja. Por este motivo, a tendência dos líderes eclesiásticos foi a de se opor a eles.
Como será provado mais tarde, tem havido ondas de sinais e maravilhas em toda a história da Igreja, e a hierarquia tem alternadamente retardado ou estimulado as suas marés altas e baixas.
Mas o ponto principal do argumento – de que os Dons cessaram por completo – não consegue passar no teste histórico. Não é possível documentar-se que os Dons cessaram por nenhum período significativo da história da Igreja, especialmente hoje em dia. Os milagres na Igreja são comuns no mundo todo.
4. Nunca Houve Sinais e Maravilhas
Após o advento do liberalismo teológico do Século XIX, os líderes eclesiásticos resistiram aos sinais e maravilhas, negando a possibilidade de uma intervenção sobrenatural na Criação. Estes “secularistas teológicos” negam até mesmo a possibilidade dos sinais e maravilhas do primeiro século. Eles são infelizmente “...falsos profetas que vêm até vós vestidos de ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7:15; At 20:29). São materialistas, camuflando as Suas filosofias com uma linguagem religiosa.
5. Os Sinais e Maravilhas Nunca Cessaram
Eles têm ocorrido desde a era apostólica até agora, em diversos níveis. Esta última opinião é sustentada pelas Escrituras e pela história da Igreja.
B. A TEORIA DA CESSAÇÃO ESTÁ ERRADA?
Vamos examinar isto sob dois aspectos:
• A Evidência Bíblica e
• Os Fatos Históricos de Eventos na
Igreja.
1. Base Bíblica da Teoria
O texto bíblico mais freqüentemente usado pelos proponentes da teoria da cessação encontra-se em l Coríntios 13:8-10.
“O amor nunca falha, mas se há profecias falharão; se há línguas, cessarão, se há conhecimento, desaparecerá. Pois conhecemos em parte e profetizamos em parte. Mas quando vier o que é perfeito, aí então aquilo que é em parte será aniquilado.”
Eles dizem que a explicação destes versículos é a seguinte:
a. O que Acontecerá?
1) As profecias falharão;
2) As línguas cessarão.
b. Quando Acontecerá Isto?
1) “...quando vier o que é perfeito...”
Eles dizem que “...o que é perfeito” é a BÍBLIA.
Quando tivermos a Bíblia – aí então as profecias falharão e as línguas cessarão.
c. Conclusão. Uma vez que já temos a Bíblia, os que crêem nesta teoria nos dizem que as línguas e todos os outros “CHARISMATA” foram retirados da Igreja.
2. O que Está Errado com Esta Teoria?
Esta teoria desmorona-se quando fazemos um cuidadoso exame do contexto. Vamos reexaminar esta interpretação à luz do contexto:
a. O que Acontecerá? (OBSERVAÇÃO: Paulo disse que TRÊS coisas aconteceriam.)
1) As profecias falharão
2) As línguas cessarão
3) O conhecimento desaparecerá.
Se quisermos ser consistentes com a nossa interpretação, precisaremos então concluir que quando o Cânon das Escrituras foi concluído, o CONHECIMENTO – juntamente com as profecias e línguas – foi removido da Igreja.
Contudo, ninguém aceita a idéia de que a Igreja existe num vácuo sem “NENHUM CONHECIMENTO”. Muito pelo contrário, esses teólogos apropriam-se indevidamente de um conhecimento não existente
– para provarem esta posição débil e anti- bíblica.
b. Quando Acontecerá Isto?
1) quando “vier o que é perfeito...”
“...o que é perfeito” NÃO se refere à BÍBLIA. No contexto, “...o que é perfeito” não é um objeto (como a Bíblia) – é uma condição que você e eu na qualidade de crentes experimentaremos como resultado da Segunda Vinda do Senhor.
“Mas quando tivermos sido aperfeiçoados e completados, aí então a necessidade destes dons especiais inadequados chegará a um fim e eles desaparecerão... mas, algum dia, vamos vê-LO em Sua plenitude, face a face” (1 Co 13:10,12) “...mas, uma vez que a perfeição tenha chegado, todas as coisas imperfeitas desaparecerão” (A Bíblia Jerusalém).
c. Conclusão. As línguas, as profecias e o conhecimento humano limitado não terão nenhum valor contínuo quando Jesus aparecer e O virmos face a face. É aí então que estas coisas – as línguas, as profecias, e o conhecimento – desaparecerão, e NÃO ANTES.
3. O que Achavam os Apóstolos?
“...vocês não ficarão sem nenhum dos dons do Espírito enquanto estiverem esperando pelo nosso Senhor Jesus Cristo...” (1 Co 1:7, A Bíblia Jerusalém).
Uma outra versão diz: “... toda graça e bênção; todo dom espiritual e poder para fazerdes a Sua vontade são vossos durante este tempo de espera pela volta do nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1 :7).
“Aí então Pedro lhes disse: Arrependei- vos e sede batizados... e recebereis o dom do Espírito Santo, pois a promessa é para vós, para os vossos filhos, para todos os que estão longe, para tantos quantos o Senhor nosso Deus chamar” (At 2:38,39).
a. Os Dons Permanecem Até a Segunda Vinda.
Estas promessas bíblicas não apresentam nenhuma insinuação de que a obra e o poder do Espírito são um fenômeno temporário, limitado à Igreja do Primeiro Século. Pelo contrário, elas esclarecem que eles foram dados a “... tantos quantos o Senhor nosso Deus chamar”.
b. Conclusão.
Os apóstolos esperavam que TODOS os Dons Espirituais permanecessem na Igreja até a Segunda Vinda do nosso Senhor Jesus Cristo. Será que deveríamos ter qualquer expectativa inferior a esta?
C. O QUE PENSAM OS EVANGÉLICOS CONSERVADORES?
Como já foi mencionado anteriormente, a mais popular teoria de cessação dos evangélicos conservadores baseia-se numa interpretação de 1 Coríntios 13:10: “...mas quando vier a perfeição, desaparecerá o imperfeito.”
1. “Perfeição” = A Bíblia
Os evangélicos conservadores ensinam que a “perfeição” no versículo refere-se ao Cânon das Escrituras completo (o Novo Testamento), reconhecido no Concílio de Cartago em 397.
O “imperfeito” se refere aos Dons Carismáticos, e eles “desapareceram” ou cessaram.
a. Razões Para os Dons.
Referindo-se aos dons sobrenaturais, um autor escreve o seguinte: “Estes dons [milagres, curas, línguas, e interpretação de línguas] foram dados a certos crentes da Igreja Primitiva.
“Antes de as Escrituras serem escritas, o propósito deles era o de se autenticar ou confirmar a Palavra de Deus ao ser proclamada. Estes dons de sinais eram temporários... Uma vez que a Palavra de Deus foi registrada, estes dons de sinais não eram mais necessários, e, portanto, cessaram.”
b. Razões Pelas Quais a “Perfeição” = A Bíblia.
O argumento para se igualar a “perfeição” com a conclusão do Cânon do Novo Testamento tem duas partes:
1) Substantivo Neutro. A palavra “perfeição” no grego é um substantivo neutro e precisa referir-se a uma coisa, e não a uma pessoa. Já que as Escrituras são uma coisa, neutra em gênero, segue-se que a Bíblia é o “perfeito” a que Paulo se refere.
2) Contexto. Esta interpretação, afirmam eles, encaixa-se bem com os versículos 8, 9, 11 e 12 desta mesma passagem em l Coríntios 13:
“...havendo línguas, serão silenciadas... Quando eu era criança, falava como criança... Agora conheço em parte; mas então conhecerei plenamente, assim como sou plenamente conhecido.”
Seguindo-se esta linha de raciocínio, as línguas são infantis, ao passo que as Escrituras são maduras.
2. Pontos Fracos Desta Opinião
a. Doutrina Construída Sobre Uma Só Passagem.
Há vários pontos fracos com esta interpretação, e um que não é o menor deles é o seguinte: uma doutrina principal está sendo construída numa passagem cujo significado não é claro. Onde mais nas Escrituras existe uma indicação deste ensino? Em nenhum lugar.
b. Os Substantivos Neutros Não São Necessariamente Limitados.
Além disso, ainda que a “perfeição” (no Grego = teleios) seja um substantivo neutro, no grego não há nenhuma garantia para a limitação da sua referência a um outro substantivo neutro.
Um substantivo ou pronome neutro pode ser usado para se descrever coisas ou pessoas masculinas e femininas.
Exemplos:
1) Teleios. Em Efésios 4:13, Filipenses 3:15, Colossenses 1:28, e Tiago 1:4; 3:2, esta mesma palavra (teleios) é usada com relação a um estado de amadurecimento para o qual Deus pede que seja a aspiração do crente.
2) Teknon. Examine a palavra grega traduzida por “criança” (teknon). Muito embora seja neutro em gênero, esse substantivo pode descrever uma menina ou menino. O ponto em questão é que no grego – muito semelhantemente ao inglês – o gênero é algo gramatical e não sexual.
3) Pneuma.
A palavra “Espírito” (pneuma) também é um substantivo neutro, e as Escrituras são claras no sentido de que o Espírito não é uma coisa, e sim a Terceira Pessoa da Trindade (Divindade).
c. Deixa a Interpretação Para o Contexto.
Talvez um problema maior ainda é que esta interpretação exige que se deixe que o contexto imediato de l Coríntios 13 determine a identidade da palavra “perfeição”. Em vez disso, eles pulam para 2 Timóteo 3:15,16, onde a palavra “Escrituras” é neutra. Este é um pulo arbitrário.
3. Uma Interpretação Mais Plausível
O estudioso britânico F. F. Bruce oferece uma interpretação mais plausível sobre o que se refere a palavra “perfeição”. Ela se refere à Segunda Vinda de Cristo. Esta interpretação parece encaixar-se bem no contexto geral de l Coríntios, especialmente de 1 Coríntios 1:7: “Portanto, vocês não carecem de nenhum dom espiritual enquanto esperam avidamente pela vinda do nosso Senhor Jesus Cristo.”
a. Conclusão. A Segunda Vinda do nosso Senhor Jesus Cristo é o ponto do tempo em que as línguas, profecias e outros dons espirituais cessarão e não antes disso. Esta era a expectativa de Paulo e deveria ser a expectativa de todos os crentes.
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