Capítulo 1
Por que Deus Pede que Oremos a Ele?
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A. O ENTENDIMENTO DO DOMÍNIO DO HOMEM.
Durante alguns anos, eu achava muito difícil entender porque o Senhor me convidava e me ordenava a orar. Por que era necessário que nós orássemos? Deus é Deus e, assim sendo, por que Ele simplesmente não faz o que quer? Por que fazemos parte deste quadro? Por que os acontecimentos da terra estão, de algum modo, relacionados com as nossas orações?
Eu sabia que a oração funcionava, porque eu via os efeitos das minhas orações na minha vida cotidiana. No entanto, não sabia por que Deus queria me envolver neste processo. Qual seria, de fato, o propósito da oração?
1. Deus Deu Domínio ao Homem
João 5:26,27 é uma chave que me ajudou a abrir a porta para o entendimento que resolveu algumas destas minhas indagações sobre a oração que me deixavam perplexo. “O Pai deu-Lhe (ao Filho) autoridade... porque é o Filho do Homem.”
Talvez pensássemos que o versículo deveria dizer: “porque Ele é o Filho de Deus, mas o versículo não diz isto”. Diz: “porque é o Filho do Homem”.
Por que era necessário que Jesus fosse o “Filho do Homem” para que tivesse autoridade na terra? Encontramos a resposta em Gênesis l :26. Vemos, aí, que o Senhor fez o homem com um propósito divino:
“Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança. Dar-lhe-emos domínio – o direito de dominar – sobre tudo o que se move sobre a terra”.
Toda aterra foi entregue ao governo ou domínio do homem. O homem foi criado com este propósito na mente de Deus. Deus fez dele o cabeça, ou autoridade principal sobre a terra.
Davi confirma isto nos Salmos, ao referir-se à posição especial que o homem tem no plano de Deus através dos séculos: “Que é o homem mortal para que te lembres dele? ...Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés” (Sl 8:4,6).
A frase “debaixo de seus pés” é um termo hebraico que significa que o homem deveria ter autoridade sobre toda a Sua Criação na terra. Ele deveria governá-la, dominá-la e chefiá-la por completo. Deus fez o homem com esta intenção e propósito.
No Novo Testamento, este conceito é ampliado ainda mais: “Que é o homem para que dele Te lembres?. ..Tu o coroaste de glória e de honra, e o constituíste para dominar sobre as obras de Tuas mãos. Colocaste todas as coisas debaixo de seus pés...” (Hb 2:6-8).
Há uma indagação e assombro santos com relação a essas palavras que vão quase além da nossa compreensão. Nada foi deixado fora do domínio do homem que anda numa correta comunhão com Deus.
a. Deus Não Mudará de Ideia. A Bíblia diz em Romanos 11:29 que “os dons e os chamados de Deus são sem arrependimento”.
A palavra grega traduzida como “arrependimento” é “metanóia”. Significa “termos uma mudança de mente, revertermos a nossa direção”. Se estivermos indo numa direção, damos meia volta e seguimos na direção oposta.
Isto significa que Deus não mudará de ideia com relação ao domínio e a autoridade que delegou ao homem, o qual possui a Sua imagem e semelhança. Ele não mudará de ideia com relação aos Seus chamados, pois são sem arrependimento! Deus não reverterá a Sua direção.
Moisés explicou isto com as seguintes palavras:
“Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem para que Se arrependa [mude de ideia]... se Ele falou, não o confirmaria então?” (Nm 23:19).
A questão é a seguinte: Quando Deus criou o homem e deu-lhe autoridade e domínio sobre toda a terra, foi um compromisso de honra que Ele assumiu por todo o tempo e eternidade. Ele não mudará de ideia. O Seu propósito para o homem, desde o início, permanecerá eternamente o mesmo. O homem, criado à imagem e semelhança de Deus, tem um destino divino e real de exercitar o domínio e a autoridade neste mundo. Ele deve ser a cabeça de tudo.
2. O Homem Perdeu o Domínio Para Satanás
Através de Gênesis Capítulo 3 sabemos que Satanás entrou no Jardim do Éden e, após enganar a Eva, obteve acesso a Adão.
“Adão não foi enganado...” (1 Tm 2:14). Adão escolheu comer o fruto proibido e “por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens... a morte reinou... a morte reinou por esse...” (Rm 5:12,14,17).
Aquele através de quem a morte reinou era o diabo, “tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2:14).
Um estudo cuidadoso do texto grego revela esta percepção interessante em Hebreus 2:14. O versículo poderia ser parafraseado como segue: “Jesus veio para tornar inútil e fraco aquele através de quem o domínio da morte foi canalizado, o próprio diabo’’”.
Quando Adão e Eva se renderam (se submeteram) às mentiras de Satanás, eles se colocaram sob o domínio dele. “a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos”... ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça’’. (Rm 6:16). Portanto, Adão e Eva perderam o direito de governar – um direito concedido por Deus. Satanás tomou esta autoridade e poder e os reteve firmemente.
a. Satanás Governou Através do Domínio da Morte. Adão teria vida eterna enquanto obedecesse a Deus. Isto contribuiria para aumentar a autoridade do seu governo imperial, desde que fosse para sempre. Ele governou através do domínio do poder de uma vida eterna.
Em contraste, quando Adão pecou e por causa disso a “morte passou a todos os homens...”, Satanás passou a governar, tornando-se o canal para o “domínio da morte”. O diabo usou este domínio para intimidar e dominar a humanidade – forçar submissão à sua vontade.
Através do pecado, o homem desistiu da sua liderança. Quando o homem pecou, a imagem e semelhança de Deus foram arruinadas e seu relacionamento com Deus, foi quebrado.
b. A Tentação de Jesus Provou o Domínio de Satanás. O Diabo tentou a Jesus dizendo-Lhe que Ele poderia dominar e reinar sobre a terra independentemente da Cruz. “Novamente O transportou o diabo a um monte muito alto e mostrou-Lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; E disse-Lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mt 4:8,9).
Satanás tinha o domínio e a autoridade para dar todos os reinos da terra e a sua glória a Jesus. A “única” condição seria Jesus prostrar-Se e adorá-lo (na realidade, Satanás ainda seria a última autoridade).
A questão é a seguinte: o Diabo tinha de fato autoridade para fazer uma oferta assim, porque o domínio era dele. Era uma oferta válida e uma tentação verdadeira.
Como um Filho obediente, Jesus em Sua humanidade dependia totalmente da autoridade mais elevada e maior da Palavra de Deus e do Espírito de Deus. Desta forma, Ele venceu essa tentação e tornou-Se um exemplo para nós.
3. Jesus Comprou de Volta o Domínio do Homem
O homem decaiu do seu chamado e o cetro de domínio caiu de suas mãos. Satanás o tomou e o reteve até a vinda de Cristo. Cristo redimiu (recuperou) aquilo que o homem havia entregado a Satanás. Ele fez isto, vindo a este mundo como o Filho do Homem.
Hebreus 2:14-16 confirma isto. Ele veio, não somente como o Filho de Deus mas, também, como o Filho do Homem. Existe uma razão importante para isto, de acordo com a seguinte paráfrase: “O divino Filho de Deus tornou-Se o Filho do Homem... através do nascimento sob forma humana. Ele Se tornou um homem como nós, para que pudesse morrer e, através da morte, despojar o Diabo do seu poder... [isto é, tomou o domínio e autoridade de Satanás e restaurou-o ao homem, recriado à imagem e semelhança de Deus]”.
a. Por que o Filho do Homem? Perguntemos novamente: Por que Jesus Cristo veio como homem? Por que Ele não veio somente como Filho de Deus?
A resposta é de grande importância, porque se relaciona diretamente com o propósito da oração.
1) Deus Não Viola a Sua Vontade.
Deus não força a Sua vontade na área de autoridade do homem (nosso mundo) e não viola o domínio que Ele deu ao homem. Ele criou o homem para dominar e governar na terra. Portanto, o que Deus se propôs a fazer, precisa ser feito – Ele não viola a sua própria vontade e não exerce autoridade num domínio dado a outrem.
Por exemplo: talvez o nosso vizinho seja um pintor maravilhoso, porém ele não tem o direito de usar o seu talento em nossa casa, a não ser que seja autorizado por nós.
Temos autoridade e domínio em nossas próprias casas. Os outros precisam esperar até que sejam convidados a fazê-lo.
De forma semelhante, Deus não entra na esfera terrena do domínio do homem, sem que este o tenha convidado através de oração. Homens e mulheres cristãos têm uma responsabilidade neste mundo, que Deus não assumirá – um domínio que Ele não violará. Ele não pode e nem violará este princípio de “autoridade delegada”.
“O Pai deu ao Filho autoridade porque Ele é o Filho do Homem” (Jo 5:27).
2) Jesus Teve que Morrer. O Diabo tinha que ser enfrentado e derrotado. O domínio dele era o “domínio da morte”. Alguém que fosse capaz de morrer tinha que vir, pois era a única maneira para se vencer o domínio da morte.
Através da entrada no domínio da morte, nosso Salvador pode ter o acesso necessário para subjugar o reino da morte. O Messias triunfou sobre a morte e nos libertou dela e do Inferno.
Jesus morreu – e, morrendo, ganhou o acesso ao reino da morte. Ele venceu a morte! Ele libertou os prisioneiros e conduziu uma multidão de mortos virtuosos, do Inferno para o Céu.
“Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens... que é, senão que antes também tinha descido às partes mais baixas da terra?” (Ef 4:8,9).
3) Jesus Recuperou o Domínio do Homem. O domínio do diabo foi finalmente quebrado pelo triunfo de Cristo sobre a morte na cruz e no reino da morte (o Inferno).
Era intenção e propósito de Deus, que o homem tivesse domínio sobre a terra e isto só poderia acontecer se Jesus viesse e triunfasse. Ele, então, poderia dizer no dia da Sua ressurreição, “...É-me dado todo o poder [domínio] no céu e na terra... e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém” (Mt 28:18,20).
Sessenta anos depois da Sua ressurreição, Jesus apareceu para João na Ilha de Patmos (onde João se encontrava aprisionado) e exclamou triunfante: “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:18). Que Evangelho glorioso!
Portanto, o que Deus tinha que fazer no Jardim do Éden foi feito. Jesus veio à imagem e semelhança de Deus para recuperar o que Adão perdeu e para produzir uma família de filhos à imagem e semelhança de Deus e que exerceria novamente a autoridade e o domínio sobre a Criação de Deus.
Jesus Cristo, portanto, veio como Filho do Homem para que, como homem, Ele pudesse triunfar totalmente sobre Satanás. Ele triunfou sobre as tentações de Satanás e provou Sua vitória sobre a morte (pela Sua ressurreição). A Sua vitória como “O Filho do Homem” recuperou para to- dos os homens (que estão dispostos a assumirem a imagem e semelhança de Deus) o domínio que havia sido perdido no Jardim do Éden, através do pecado.
Uma vez que o domínio foi recuperado para o homem, Deus vem, a nosso pedido (em oração), e se introduz no reino humano para que a Sua vontade seja cumprida.
b. Triunfo Total. Na cruz Ele venceu o diabo e seus mensageiros, por todos os tempos e por todos os povos! “E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em Si mesmo” (Cl 2:15). Ele não somente os derrotou mas “... os expôs publicamente”. O que isto significa?
Nos tempos Bíblicos, quando um líder militar derrotava um inimigo, o exército vencedor obrigava o General derrotado e suas tropas, a marcharem atrás do General vitorioso, num desfile público. O povo que se encontrava em ambos os lados do caminho por onde passavam, lhes dirigia impropérios e lhe atiravam pedras pela derrota.
Isto é mostrado na vida do Rei Davi, quando o seu filho Absalão o destronou. “Prosseguiam pois o seu caminho, Davi os seus homens: e também Simei ia ao longo do monte, defronte dele, caminhando e amaldiçoando, e atirava pedras contra ele e levantava poeira” (2 Sm 16:13).
Paulo nos diz que era isto o que estava acontecendo no reino espiritual, quando Jesus foi crucificado. Jesus triunfou sobre todos os poderes do diabo e seus demônios.
Jesus forçou o diabo e seus príncipes governantes, a marcharem no Seu desfile da vitória para que toda a Criação declarasse – JESUS VENCEU!
Uma vez mais nos foi dado o poder e autoridade para cumprirmos a vontade do nosso Pai – estabelecer o Seu Reino aqui na terra.
O propósito de Deus para este mundo será cumprido através do Corpo de Cristo quando orarmos. Ele é a Cabeça Celestial; nós, porém, somos os membros terrenos que compõem este Corpo. Deus teve o propósito de executar a Sua vontade na terra através de você e de mim. Sem Ele não podemos fazê-lo; sem nós Ele não o fará!
c. Deus Honra o Nosso Domínio. O que foi dito acima explica porque a oração é necessária. Deus honra o domínio que Ele nos deu como homens redimidos. Ele espera que nos acheguemos a Ele em oração, antes que Ele entre na arena terrena. Ele respeita o “domínio” que nos delegou. É por isto que Ele não opera nem intervém até que Lhe peçamos.
Na verdade, Deus não opera em nosso terreno sem ter quem trabalhe com Ele – aqueles que descobrirão através da oração, a vontade d’Ele e que venham a praticar a ação necessária para cumpri-la na terra.
B. COMPREENSÃO DA INTERCESSÃO
Intercessão é a oração que flui de um relacionamento e comunhão com o nosso Pai Celestial. Das nossas “conversas” com Ele, descobrimos a Sua vontade. À medida que temos comunhão com Deus, passa- mos a descobrir o que Ele quer (a Sua vontade).
1. Colaboradores com Deus
A intercessão significa pedirmos ou convidarmos Deus a executar o que descobrimos que Ele quer fazer na terra. Desta forma, tornamo-nos “colaboradores com Deus” (1 Co 3:9).
“Se pedirmos qualquer coisa de acordo com a Sua vontade, Ele nos ouve (1 Jo 5:14).
2. A Soberania de Deus e a Responsabilidade do Homem
Há mais dois versículos em João, Capítulo Cinco, que trazem um lindo equilíbrio entre “... pedir o que você quer” e “pedir de acordo com a vontade [ou soberania] de Deus”. Vocês se lembram que Jesus disse em João 5:27: “O Pai deu ao Filho autoridade... porque Ele é o Filho do Homem”. Contudo, no versículo 30, Jesus diz: “Eu não posso de Mim mesmo fazer alguma coisa”. A autoridade Lhe foi dada porque Ele é o Filho do Homem; contudo, por Si Mesmo Ele não pode fazer nada.
Em seguida, Jesus diz: “Julgo somente quando a voz [do Pai] vem para Mim e o Meu julgamento é justo, pois não busco [consulto] a Minha Própria vontade, mas a vontade do Pai que Me enviou” (Jo 5:30).
Ele sempre recorre e Se submete à vontade do Pai. O Pai, no entanto, depende d’Ele para ser a Pessoa através da Qual a Sua vontade é feita aqui na terra. O Pai, de maneira nenhuma, se sobreporia à obra voluntária do Seu Filho.
Num certo sentido, escolheram ser dependentes Um do Outro. O Filho havia sido enviado para fazer uma obra aqui na terra. O Pai não operava, nem operaria, sem Ele. Da mesma maneira, o Filho não faria nada independentemente da vontade revelada do Pai. É este relacionamento singular e especial entre o Pai e o Filho, que se torna um padrão para nós, na oração. Jesus via o que o Pai estava fazendo e queria que fosse feito. Como Filho do Homem, Ele tinha, então, o direito e a responsabilidade de pedir (num certo sentido, convidar) que o Pai executasse a Sua vontade na terra. O Pai, então, tinha um direito moral de entrar em cena na terra e responder a oração de Seu Filho. “Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no Céu” (Mt 6:10).
A oração, portanto, envolve o conhecer- mos a Deus e à Sua vontade. Isso requer que humilde, porém fielmente, Lhe peçamos que Ele produza o Seu propósito aqui na terra.
O mundo é a nossa esfera ou domínio de responsabilidade e autoridade que Deus nos outorgou. Portanto, Deus espera pelas nossas orações antes de agir por nós em nossas circunstâncias e atividades terrenas. Quando exercemos o nosso direito de orarmos e intercedermos, Deus tem o direito de entrar em cena para revelar o Seu propósito e poder. A oração significa trazermos Deus em cena, de uma maneira responsável. Contudo, Ele não vem sem um convite!
a. Orar de Acordo com a Vontade de Deus.
Três coisas acontecem quando oramos de acordo com a vontade de Deus:
1) Fazemos as orações de Deus.
2) Sentimos os sentimentos de Deus.
3) Pensamos os pensamentos de Deus.
Deus está esperando que O convidemos a entrar em nosso mundo de necessidades, para que Ele possa executar a Sua vontade, para o nosso bem e para a Sua glória. A oração realmente faz uma diferença! Vamos orar!
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