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GTL - C1.1 - Como um Livro Torna-se Parte da Bíblia

C1.1 -  Como um Livro Torna-se Parte  da Bíblia

 

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SEÇÃO  C1

O CÂNON DAS ESCRITURAS

 

Bob Weiner, Fundador das Igrejas  “Maranatha Campus”,  Gainesville, Fla.

 

Capítulo 1

 

Como um Livro Torna-se Parte da Bíblia

 

A. CANONIZAÇÃO

 

Quais o os Livros que pertencem à Bíblia? Como isto foi decidido?

Canonização é o processo através do qual os Livros da Bíblia recebem a sua aprovação e aceitação finais pelos líderes da Igreja.

 

Como foi que os Livros da Bíblia vieram a ser aceitos como parte do cânone das Escrituras? 

Como se poderia reconhecer um Livro inspirado, somente olhando-o?

Quais são as características que distinguem uma declaração divina de uma que seja simplesmente humana? Vários critérios o assumidos nesse processo de reconhecimento. O povo de Deus teve que buscar certos aspectos característicos da autoridade divina.

 

1.  Princípios de Reconhecimento da Canonicidade

Livros falsos e escritos falsos existiam em abundância. A sua ameaçadora e constante existência tornaram necessário que o povo de Deus revisasse cuidadosamente a sua coletânea sagrada.

a. Duas Categorias  de Escritos  Sagrados.

Duas categorias de escritos sagrados devem ser examinadas:

 

1) Livros que são aceitos por alguns crentes,  mas recusados  pooutros; e

2) Escritos  quforam  aceitos em determinada época, mas postos em questão algum tempo depois.

(Em séculos anteriores, tais escritos foram julgados como sendo de inspiração divina, mas o agora considerados como sendo de origem questionável).

Manuscritos de ambas as categorias foram examinados pelos Conselhos das igrejas, a fim de ser verificado se deviam fazer parte da Bíblia.

 

b.  Cinco Critérios Básicos

1) Autorizado: O Livro é autorizado? Reivindica ser de inspiração divina?

2) Profético: É ele profético? Foi escrito por um servo de Deus?

3) Autêntico: É ele autêntico? Fala a verdade sobre Deus, o homem, etc.?

4) Dinâmico: É ele dinâmico? Possui poder, capaz de transformar vidas?

5) Aceito: Este Livro foi recebido ou aceito pelo povo para o qual ele foi escrito originalmente? Foi reconhecido como sendo de origem divina?

 

2.  Os Cinco Critérios Básicos Detalhados

 

a.  A Autoridade de um Livro.  Cada livro da Bíblia reivindica para si a autoridade divina. Frequentemente, a frase explícita: “assim diz o Senhor” está presente. Algumas vezes, o tom e as exortações revelam a sua origem divina. Existe sempre um pronunciamento divino. Na literatura mais didática, existe um pronunciamento divino sobre aquilo que deve ser feito pelos crentes.

Nos livros históricos, as exortações são mais significativas e os pronunciamentos de autoridade o mais sobre aquilo que Deus fez na História do Seu povo. Se faltasse num livro a autoridade divina, ele não era considerado canônico e a sua inclusão na Bíblia era rejeitada.

Daremos aqui, uma ilustração deste princípio de autoridade em relação ao cânone. Os livros dos profetas foram facilmente reconhecidos por este princípio de autoridade.

 

A repetida frase: E o Senhor falou-me”, ou: Veio a mim a palavra do Senhor”, é uma farta evidência de sua reivindicação de autoridade divina.

Alguns livros não apresentavam a reivindicação de inspiração divina e foram, as- sim, rejeitados como sendo não canônicos. Talvez tenha sido este o caso com o “Livro de Jasher” e o “Livro das Guerras do Senhor”. E outros livros mais foram questionados e desafiados se realmente eram de autoridade divina, mas foram finalmente aceitos no cânone, como por exemplo o de Ester.

Somente depois que se tornou óbvio a todos, que a proteção e, portanto, os pronunciamentos de Deus sobre o Seu povo se demonstraram inquestionavelmente presentes no Livro de Ester, é que este Livro passou a ocupar um lugar permanente no Cânone Judaico. Sem dúvida, o próprio fato de que alguns livros canônicos foram postos em dúvida, demonstra que os crentes eram discriminatórios. A menos que estivessem convencidos da autoridade divina do livro, o mesmo era rejeitado.

 

b.  A Autoria  Profética  de um Livro. Os livros inspirados por Deus, surgem somente através de homens inspirados pelo Espírito Santo, e que o reconhecidos como profetas (2 Pe 1:20,21).

A Palavra de Deus somente é dada ao Seu povo através de Seus profetas. Cada um dos autores bíblicos possuía um dom, ou uma função profética, mesmo que o tivessem a ocupação de um profeta (Hb 1:1).

Paulo argumenta em Gálatas que os seus ensinamentos e os seus escritos deveriam ser aceitos porque ele era um apóstolo “não oriundo dos homens, nem através deles, mas através de Jesus Cristo e Deus Pai” (Gl 1:1). Sua epístola deveria ser aceita por- que era apostólica proveniente de um porta-voz indicado por Deus ou um profeta. Os Livros deveriam ser rejeitados se não se originassem de profetas de Deus, como é evidente nos avisos de Paulo, de o se aceitar um Livro de alguém que falsamente rei- vindicasse ser um apóstolo (2 Ts 2:2), e de alertar os coríntios sobre os falsos apóstolos (2 Co 11:13).

 

Os avisos de João sobre os falsos messias e o testar os espíritos, cairiam na mesma categoria (1 Jo 2:18, 19; 4:1-3). Foi por causa desse princípio profético que a segunda Epístola de Pedro foi posta em questão por alguns, na Igreja Primitiva.

Até que os patriarcas estivessem convencidos de que não era algo forjado, mas que era realmente oriundo de Pedro, o Apóstolo, conforme era reivindicado (2 Pe 1:1), não lhe foi dado um lugar permanente no cânone cristão.

c.  A Autenticidade de um Livro. Um outro aspecto indubitável de inspiração divina é a autenticidade. Qualquer livro que contivesse erros de fato ou de doutrina (julgados através de revelações anteriores) não poderia haver sido inspirado por Deus. Deus o pode mentir; Sua Palavra deve ser verdadeira e coerente.

Em vista deste princípio, os crentes de Berea aceitaram os ensinamentos de Paulo e consultaram as Escrituras a fim de verificarem se aquilo que Paulo ensinava estava ou o de acordo com as revelações divinas do Antigo Testamento (At 17:11). A simples concordância com prévias revelações não bastavam, para tornarem um ensinamento em algo divinamente inspirado. Mas, a contradição de uma revelação prévia claramente indicaria que um ensinamento não era de inspiração divina.

 

Grande parte dos textos apócrifos foi rejeitada por causa do princípio de autenticidade. Suas anomalias históricas e heresias teológicas as tornaram impossível de serem aceitas como sendo provenientes de Deus, apesar de seu formato de autoridade. Não era possível que fossem de Deus e, ao mesmo tempo, contivessem erros.

Alguns livros canônicos foram postos em dúvida, baseados neste mesmo princípio. Poderia a Epístola de Tiago ser inspirada por Deus, se contradissesse o ensinamento de Paulo sobre justificação pela e não por obras? Até que fosse verificada a sua compatibilidade essencial, Tiago foi posto em dúvida por alguns.

Outros questionaram Judas por causa de sua citação do inautêntico Livro Pseudoepígrafo (vs 9, 14). Uma vez que as citações de Judas foram demonstradas como não dando maior autoridade às mesmas, tanto quanto as citações de Paulo dos poetas não cristãos, (veja também Atos 17:18 e Tito

1:12), não houve, então, mais razão para rejeitar Judas.

 

d.  A Natureza  Dinâmicde um Livro.

O quarto teste para a canonicidade não foi tão evidente quanto alguns dos outros. Este foi a capacidade de transformação de vidas (dinâmica) através do que estava escrito.

A Palavrde Deus é viva e poderosa (Hb 4:12).  Em consequência disto, ela pode ser usada “para o ensino,  para correção e para  o treinamento em retidão”  (2 Tm 3:16,17).

O apóstolo Paulo revelou que a capacidade de transformar vidas pelos escritos de inspiração divina, estava intrinsecamente envolvida para a aceitação de todas as Escrituras; 2 Timóteo 3:16,17 demonstra isto. Paulo escreveu a Timóteo: “As santas Escrituras... são para que o crente seja per- feito, e inteiramente instruído para toda boa obra (vs 15). Em outra parte, Pedro fala do poder edificante e evangelizante da Palavra (1 Pe 1:23; 2:2).

 

Outras mensagens e livros foram rejeita- dos porque transmitiam uma falsa esperança (1 Rs 22:6-8) ou despertavam um falso alarme (2 Ts 2:2). Assim, não eram conducentes à edificação de um crente, na verdade de Cristo. Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a verdade os libertará” (Jo 8:32). Os ensinamentos falsos jamais libertam; somente a verdade tem um poder emancipador.

 

Alguns livros bíblicos, tais como Cantares e Eclesiastes, foram questionados porque algumas pessoas achavam que neles faltava essa dinâmica e poder de edificação.

Uma vez que foram convencidos que Cantares não era sensual, mas profundamente espiritual e que Eclesiastes não era cético e pessimista, mas sim positivo e edificante (p. ex. 12:9,10), restou então pouca dúvida sobre a sua canonicidade.

 

e.  A Aceitação de um Livro.

A marca registrada final de um escrito com autoridade, é o reconhecimento do mesmo pelo povo de Deus, a quem ele foi inicialmente dado.

A Palavra de Deus dada através de Seu profeta e com a Sua verdade, deve ser reconhecida pelo Seu povo. Gerações posteriores de crentes procuraram verificar este ato. Porque, se o Livro foi recebido, compilado e usado como a Palavra de Deus por aqueles a quem ele fora dado originalmente, então a sua canonicidade estava estabelecida.

Da maneira que eram a comunicação e o transporte naqueles tempos ancestrais, muitas vezes era necessário muito tempo e esforço por parte dos patriarcas da Igreja, para determinarem esse reconhecimento. Por esta razão, o reconhecimento final e total pela Igreja dos sessenta e seis livros do cânone levou muitos séculos.

 

Os Livros de Moisés foram imediatamente aceitos pelo povo de Deus. Foram compilados, citados, preservados e até mesmo impostos a futuras gerações.

As epístolas de Paulo foram imediatamente recebidas pelas igrejas às quais foram endereçadas (1 Ts 2:13) e até mesmo pelos outros apóstolos (2 Pe 3:16).

Alguns escritos foram imediatamente rejeitados pelo povo de Deus como não possuindo autoridade divina (2 Ts 2:2).

Falsos profetas (Mt 7:21-23) e espíritos de mentira eram para ser testados e rejeitados (1 Jo 4:1-3), conforme indicado em muitos casos dentro da própria Bíblia (Jr 5:2; 14:14).

Este princípio de aceitação levou algumas pessoas a questionarem, por algum tempo, certos livros bíblicos tais como II e III de João. Sua natureza particular e circulação limitada sendo como eram, é compreensível que houvesse alguma relutância em aceitá-los até que fosse estabelecido que os livros haviam sido recebidos pelo povo de Deus do primeiro século, como se tivessem sido do Apóstolo João.

É quase desnecessário acrescentar que nem todas as pessoas eram levadas a acreditar, logo de início, na mensagem de um profeta. Deus vingava os Seus profetas contra aqueles que os rejeitavam (p. ex. 1 Reis 22:1-38) e, quando desafiado, Ele evidenciava aqueles que Lhe pertenciam. Quando a autoridade de Moisés foi desafiada por Coré e outros, a terra se abriu e os engoliu vivos (Nm 16).

O papel do povo de Deus foi decisivo no reconhecimento da Palavra de Deus. Deus determinou a autoridade dos livros do cânone, mas o povo de Deus era chamado a fim de descobrir quais livros possuíam autoridade e quais o a possuíam. Para assisti-los nesta busca, havia estes 5 testes de canonicidade descritos no início.

 

3.  Procedimento Para Descobrir-se a Canonicidade

Quando falamos sobre o processo de canonização, não deveríamos imaginar um convite de patriarcas da Igreja com uma enorme pilha de livros, e estes cinco princípios de orientação diante deles. O processo era muitíssimo mais natural e dinâmico. Alguns princípios, somente estão implícitos no processo.

Embora todas as 5 características estejam presentes em cada escrito inspirado divinamente, nem todas as regras de reconhecimento são aparentes na decisão de cada livro canônico. Não era sempre, imediatamente óbvio ao povo inicial de Deus, que alguns livros históricos eram “dinâmicos” ou “de autoridade”. O mais óbvio para eles, era o fato de certos livros serem “proféticos” e “aceitos”.

Pode-se ver, facilmente, como a significativa frase “assim diz o Senhor tinha o papel mais expressivo na descoberta dos livros canônicos que revelam o plano redentor de Deus, num todo.

No entanto, o reverso é algumas vezes verdadeiro; ou seja, o poder e autoridade do livro são mais evidentes do que a sua autoria (p. ex. Hebreus).

Em qualquer dos casos, todas as cinco características estavam em jogo na descoberta de cada livro canônico, embora algumas fossem somente implicitamente usadas.

Simplesmente porque um livro era recebido nalguma parte por alguns crentes, está longe de ser uma prova de haver sido divinamente inspirado. A recepção inicial pelo povo de Deus, que estava na melhor posição para testar a autoridade profética do livro, é crucial.

Levou algum tempo para todos os segmentos das gerações subsequentes estarem totalmente informados sobre as circunstâncias originais. Assim, a sua aceitação é importante mas de natureza mais de cobertura. O princípio mais importante suplanta todos os outros. Debaixo de todo o processo de reconhecimento, jaz um princípio fundamental: a natureza profética do livro.

Se um livro fosse escrito por um profeta de Deus digno de crédito, proclamando que estava dando um pronunciamento de autoridade da parte de Deus, então não haveria necessidade de serem feitas mais perguntas.

A questão sobre se a inautenticidade desconfirmaria um livro profético é puramente hipotética. Nenhum livro dado por Deus pode ser falso. Se um livro que reivindica ser profético, parece apresentar falsidade indiscutível, então as credenciais proféticas devem ser reexaminadas. Deus não pode mentir. Desta forma, os outros quatro princípios servem como uma verificação do caráter profético dos livros do cânone.

 

 

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